Para quem vê de fora, passar a empresa de pai para filho parece muito fácil, bem diferente de quando o sócio não tem laços de sangue. Mas não se engane, pois se a sucessão familiar não for bem conduzida, o processo pode deixar cicatrizes que abreviam a vida do negócio.
Sucessão familiar depende de planejamento
Você, empreendedor, convive com a necessidade de planejar desde antes de abrir a empresa, ao longo de toda a sua trajetória e também ao encerrar as atividades. Na hora de passar o bastão, não é diferente. Mesmo em casos de sucessão familiar, definir com atenção a estratégia a adotar é fundamental.
Confira agora quais são as três etapas imprescindíveis para ter sucesso nesse desafio:
1. Pensando a sucessão
A sucessão familiar não acontece como os filmes sugerem, da noite para o dia. É importante pensar no longo prazo – longo mesmo. Ainda quando os futuros herdeiros são crianças, o interesse pelo negócio da família deve começar a ser desenvolvido.
No momento em que a ideia de se aposentar passar pela cabeça do proprietário pela primeira vez, é hora de começar a colocar as ações em prática. Isso pode ocorrer um ano antes de ele se ausentar por completo, ou no mínimo com seis meses de antecedência.
Será nessa primeira etapa que todos os envolvidos devem começar, juntos, a desenvolver o planejamento estratégico da sucessão. Essa é uma fase muito questionadora, já que todos os possíveis desafios precisam ser levantados e respondidos.
Veja só algumas questões que o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) sugere realizar para planejar a sucessão:
- Quem será o novo responsável por comandar a empresa?
- Quando a transição será realizada?
- Como se dará o processo de sucessão?
- Quem pode ou não fazer parte da empresa?
- Quais os limites para a admissão de membros da família?
- Como a autoridade será exercida?
- Como ocorrerá o processo de transição?
- O que será feito se o processo sucessório falhar?
- Como os membros da família serão avaliados e pagos?
- O que deve ser feito em casos de divórcio ou falecimento?
- Qual tratamento será destinado aos demais membros da família, funcionários e à comunidade?
2. Iniciando a transição
Não por acaso, a fase do planejamento é a mais extensa e, se for bem executada, aumentará a chance de as próximas etapas serem realizadas com tranquilidade. É o caso da transição.
É nesse momento que as ações saem do papel para a prática, gradativamente aumentando o controle e a autonomia dos herdeiros sobre as decisões estratégicas.
É também a hora de fazer ajustes. Se o que foi planejado não se revelar efetivo como o esperado, é inadiável corrigir os rumos.
Dois são os momentos marcantes dessa etapa: a passagem da gerência do negócio para a próxima geração e a transferência legal da empresa e demais ativos que compõem seu patrimônio.
3. Completando o processo
A etapa derradeira é a mais curta, mas não necessariamente fácil. É chegada a hora da atual geração efetivamente se retirar do negócio, deixando na mãos dos herdeiros a responsabilidade por manter o que construiu em anos de dedicação.
Mas a conclusão da sucessão familiar será tão tranquila quanto mais o processo tiver sido conduzido de forma planejada, séria e transparente.
Se é verdade, como indica o Sebrae, que mais de 70% das empresas não resistem à segunda geração, que o seu negócio não se junte a essa estatística. Nós do Dolitec Escritório Contábil estamos à disposição para auxiliar nesse e em outros desafios.